Crônicas de uma primavera invernal
Me pergunto que tal nostalgia inquietante é essa que me toma nesta tarde de primavera regada a frio e chuva...
Mas parece que caminhar despretensiosamente por tuas avenidas maternas, de vez em quando, faz bem.
Atravessar seus corações que não se cruzam com a calma de uma criança não tem preço.
Suas veias pulsam apressadas, tentando fazê-la fugir e seguir o caminho de um sol que hoje não se abriu. Mas eu me nego a obedecê-la e insisto e a seduzo e a convenço de que mereço vê-la nua.
Sinto-me quase que flutuando sobre ti, como dentro de um filme, de um sonho, e assim te uso para abusar de casa rosto teu, de cada pulsação, e exploro tudo que tu, ó cidade, tem por trás de teus véus.
Tu também me amedronta, mas que seria de nosso amor se não mantivesse teus segredos por trás desta maquiagem borrada?
Quero te ver assim, suja, urbana e, sob tuas estrelas, desvendar tuas vielas, ruelas, teus morros, possuir a ti que sempre será minha casa.
5 Comments:
É mto legal o que voce escreve!
Volto sempre!
fabiana anjos
eu gosto desse passeio entre proza e poesia...
o texto repleto de metáforas e com alguma cadencia, ando tentando desenvolver algo nesse estilo tbm.
Oi Cynthia!
Obrigado pela força. Você pode entrar em conato comigo pelo ppserran@uol.com.br
Conto contigo para divulgar a festa entre outras pessoas com o mesmo bom-gosto musical que o seu!
abs
Paulo Serran
FESTA RUBBER SOUL
O urbano sempre me fascinou.
é a plena transformação do espaço pelo homem, e não é isso a poesia?
fantastico texto.
Pungentes: imagens e palavras.
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