06 outubro 2006

dona coruja

Fim de Tarde na Praça Saraiva #06

Hoje a tarde tive o prazer de passar alguns momentos tão próximo quanto é possível se estar de uma coruja que não foi criada em cativeiro. Encontrei ela na Praça Saraiva, estava inicialmente sobre um poste, junto ao Seu Coruja. Ambos estavam extremamente estressados pois algumas crianças estavam curiosas quanto ao ninho que eles haviam feito próximo à pista de corrida.
Falei com as crianças, que fingiram não me ouvir mas foram embora e me sentei junto com a Fatima a alguns metros do ninho. Fiquei ali esperando, tinha certeza de que a Dona Coruja iria voltar para o ninho tão logo ela achasse seguro.
Demorou alguns minutos, mas ela voltou. O Seu Coruja sai voando, aparentemente para caçar: já era fim de tarde.
Devagar, começei a engatinhar e a me arrastar pelo chão, tentando me aproximar do ninho e da coruja sem assustá-la. Ela me olhava e eu parava. Passei por alguns espinhos e pedrinhas incomodas no caminho, nada demais.
Ao chegar a uma distância que julgei ser aceitável tanto para mim quanto para a Dona Coruja, puxei a máquina e começei a fotografar. As limitações técnicas da minha máquina não estavam permitindo que eu fizesse fotos que capturassem a beleza de tal pássaro. Vi que seria necessário chegar mais perto.
Devagar, fui me aproximando mais. A cada movimento a coruja virava apenas a cabeça e me fitava com aqueles olhões de ave de rapina. Eu vi o macho atacar um cachorro, sabia que ela seria capaz de fazer o mesmo comigo e embora não estivesse com medo, eu não queria estressar a ave.
Cheguei perto o suficiente para fazer as fotos que queria. Depois me levantei, com confiança e voltei para onde estava sentado anteriormente. Ela apenas me olhou e nem se mexeu.
Na hora de ir embora, resolvi fazer como algumas crianças fizeram e dar tchau para a "Dona Coruja". Mas resolvi fazer isso bem de perto.
Me aproximei dela, puxando ao limite a marca que havia imposto para mim mesmo como sendo segura e dei meu tchau pra ela, batendo mais uma foto. A coruja me alertava de quando eu estava ficando incômodo, olhando para mim e abrindo a boca. Sutileza... Impressionante para um animal selvagem.
E fica ai minha maior surpresa nesse breve contato: eu esperava que uma ave de rapina como a coruja fosse bem mais desconfiada e agressiva, ainda mais estando empoleirada sobre o ninho. Acho que ela entendeu minhas intenções. Acho que ela sentiu que havia respeito. Ou talvez seja só piração da cabeça de alguém que com freqüência não vê tais atitudes na lida com outros humanos.

1 Comments:

At 3:22 AM, Blogger titi said...

é sempre bom ter contatos extra-sensoriais! hehehe

 

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